Lenita Assef fala do fenômeno Gisele Bündchen em um texto emocionante.
Por: Lenita Assef / Fotos: Getty Images
Nunca houve modelo como Gisele

Nunca houve uma modelo como Gisele. Desde que, aos 15 anos, chegou a São Paulo, foi como se uma Luz conduzisse o caminho da menina de Horizontina. Eu me lembro dela entrando no estúdio quietinha, quase tímida (mais uma model to be?). Até que a câmera se acendia, a sessão se iniciava e – choque geral – que mulher era aquela? Gisele tinha o algo indefinível que separa as pessoas normais das que estão destinadas a cintilar na vida. Presença, confiança. Em uma palavra, atitude. Era 1995 e, de cara, ela começou a fazer capas, editoriais de moda. Batalhadora, profissional, perfeccionista, no ano seguinte desembarcou em NY e apareceu em seus primeiros desfiles fora do Brasil. A vida virou um ir e vir de aviões, atravessando cada vez mais passarelas, exibindo sua imagem em fotos que se multiplicavam. Em 1997 estabelecida em NY, a moda incensava as heroin chics, pálidas, magérrimas, andróginas, o oposto da brasileira de colorido saudável, cool e com o corpo desenhado, que fez Alexander McQueen chamá-la de “The Body”, caído de amores por suas curvas perfeitas e seu andar inigualável na passarela, andar esse que criou escola – seguro, firme, as pernas quase se cruzando na caminhada. Daí, tudo aconteceu. Milão, Paris, mais desfiles e incontáveis editoriais internacionais. Gisele, que já era a maior modelo do Brasil, provocou uma revolução estética no mundo da moda, reinaugurando o retorno das “sexy models”, eleita em 1999 a melhor modelo do mundo. Sua carreira meteórica, fulminante, abriu caminho para as outras tops brasileiras e, sobretudo, colocou a moda do nosso país no mapa.
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